segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Acompanhamento Terapêutico


O Acompanhamento Terapêutico é um dispositivo clínico, habitualmente utilizado no tratamento de pacientes com graves distúrbios psíquicos. Proporciona muitas vezes, a extensão dos cuidados para além dos limites institucionais, outras vezes, é a única forma de tratamento possível para construir as condições necessárias ao engajamento do paciente em uma rede de atendimento.
As indicações para acompanhamento terapêutico estão relacionadas às dificuldades que tanto podem referir-se à impossibilidade de vinculação a um tratamento, como às limitações das famílias em proporcionar os cuidados necessários em situações de crise e risco. Nestas circunstâncias o objetivo principal é evitar internações desnecessárias.
A indicação pode ocorrer ainda como medida de apoio ao paciente em suas iniciativas de reintegração social e de autonomia, buscando possibilidades de articulação, de circulação, de construção de “lugares sociais” e, evitando o isolamento e a ruptura de vínculos. Isto implica na realização de atividades cotidianas e na ampliação do contexto social desses pacientes que tende a cristalizar-se no esquema instituição-casa-família. Nesse sentido, o acompanhante terapêutico exerce a função de catalisador de novas possibilidades, propiciando a quebra dessa dinâmica que sustenta o adoecimento.
Vale lembrar que esse dispositivo clínico surgiu como conseqüência do Movimento Antimanicomial ocorrido  na década de 50 nos Estados Unidos e na Europa, chegando ao Brasil no final dos anos 70.
Tem por objetivos:
Oferecer suporte aos processos terapêuticos dos pacientes promovendo sua autonomia e sua inserção social.
 Possibilitar maior circulação fora do ambiente institucional e familiar, assim como novas oportunidades de relacionamentos interpessoais.
Viabilizar a inserção de pacientes resistentes ao tratamento em uma rede de atendimento.
Ter acesso ao cotidiano dos pacientes para melhor entendimento das dinâmicas familiares e das dificuldades vividas no cotidiano, o que resulta em continência mais efetiva e em maior dinamicidade do tratamento.
Oferecer suporte aos “projetos de vida” dos pacientes, auxiliando-os inclusive na descoberta destes projetos.
Evitar internações, ou quando estas forem inevitáveis, torná-las mais breves, mais produtivas e menos traumáticas.
Intervir nas situações de conflito entre o paciente e sua família em busca de uma resolução pelo diálogo e por ações mais assertivas.
Sustentar e incrementar o projeto terapêutico do paciente junto à sua rede de assistência.
Facilitar a operacionalização de trabalho interdisciplinar entre os profissionais envolvidos com o paciente.
Destina-se a Pacientes com distúrbios psíquicos severos - psicoses, neuroses graves, depressões severas, síndromes do pânico, distúrbios alimentares, quadros limítrofesdemências, dentre outros.
Pacientes crônicos que apresentam isolamento e empobrecimento da vida afetiva e social.
Pacientes que apresentam risco de suicídio.
Pacientes com alguns quadros cujas características dificultam sua circulação social - Autismo, Síndrome de Down etc.
Portadores de necessidades especiais.
Idosos que encontram dificuldades de se articularem à vida familiar e social.
  



       

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